terça-feira, 4 de março de 2014

RIO JACUÍ, DE RIO PARDO ATÉ SÃO JERÔNIMO


Rio Pardo, praia dos Ingazeiros


Sábado de manhã cedo, dia 22 de fevereiro, Fernando foi comigo até Rio Pardo para trazer o carro de volta enquanto eu começava uma remada há muito tempo planejada. 

O objetivo principal era chegar até Porto Alegre mas, devido minhas condições físicas não oferecerem tanta garantia, remaria pelo menos, até onde fosse possível.. 

A remada foi se configurando em uma contemplação das paisagens do rio Jacuí com seus barrancos altos, muita mata nas margens e ouvindo os berros dos bugios a cada trecho. Sem a preocupação de ter de remar forte para acompanhar quem mais remasse comigo e mais forte que eu, seguia solo, intercalando remadas e fotografias.  Para não dizer que o barco era impulsionado somente a remo, havia uma pequena ajuda da correnteza que mantinha o barco deslizando enquanto eu clicava a câmera ou curtia aqueles momentos de infinita paz. Eu navegava pelo canal do rio onde ela sempre corre mais forte

Uns pescadores me disseram que os bugios se manifestam com berros porque eles anunciam chuva. De fato a previsão era de chuva e o céu estava nublado. 

Eu havia marcado detalhes do percurso em uma folha que levei presa ao deck. Assim eu acompanhava as distâncias a cada vez que passava por um ponto anotado do Google Earth como um balneário, ilhas e as bocas de rio. Mantendo o rumo pelas boias de sinalização do canal de navegação eu me mantinha sempre no leito do rio evitando entrar em algum  canal adjacente e ficar perdido.

Minha maior preocupação era chegar nos pontos previstos para acampamento pois, as margens não oferecem muitas opções para descer do caiaque e mais difícil ainda, um bom lugar para montar barraca. Tinha então duas opções: a primeira meta era alcançar 30km e pernoitar em Porto Lambari, um pequeno balneário com casas de veraneio; a outra opção era vencer 48km aproximadamente para dormir em Monte Alegre. Lá eu já conhecia desde que subi o rio partindo de Santo Amaro. 

Seguia navegando tranquilamente pelo rio Jacuí e quando cheguei em porto Lambari já me sentia feliz de ter vencido o que podia ser a primeira etapa da remada com a distância de uns 30km percorridos. Então pensei ficar ali para o primeiro pernoite. Só que eu esperava encontrar um camping, desses de beira de rio, e descobri que não havia.  

Conversando com um casal que pescava em uma lancha amarrada aos galhos da margem que eu fiquei sabendo que não havia lugar onde pudesse acampar. Pensei que a coisa ia mesmo se complicar porque, além de tudo, o barranco é muito alto para puxar o caiaque para cima e sem opções de espaço para barraca porque eram casas particulares ou mato fechado. Seguindo dali em diante eu sabia que as chances seriam mais remotas de encontrar algum lugar.

Eles me sugeriram ir adiante, onde crianças se banhavam no rio e olhasse no páteo da casa, uma de cor  verde, para ver se podia ser o lugar onde eu poderia colocar minha barraca. Pensei muito se aceitaria ficar no páteo da casa deles, mas, segui essa ideia e continuei remando enquanto eles pescariam mais alguns minutos.
Outra ideia sugerida pelo amigo era de subir pela rampa de embarque e desembarque que havia logo depois da casa. Assim segui remando sem encontrar a casa verde nem crianças na água. Passei até a draga que operava no meio do rio que era um ponto de referência.

Acabei bem adiante e encontrei outras pessoas que me disseram a mesma coisa, que não tinha onde acampar a não ser longe dali, indo por terra. Quando perguntei sobre a rampa me disseram que eu já havia passado por ela. Era uma rampa particular e com uma corrente fechando a entrada. 

Minha preocupação não era o lugar que me deixavam colocar a barraca mas sim, o fato de não querer incomodar ninguém. Na verdade eu ficaria mais a vontade no camping para não interferir na rotina das pessoas. Mas, a essa altura não tinha outra opção a não ser voltar remando.

Finalmente encontrei a casa, isso porque eles já haviam voltado da pescaria.e a lancha estava atracada na ponta da escada que subia até o portão. A casa não se enxergava da água e as crianças já haviam se recolhido da água.

Subindo a escada de madeira vi um belo gramado onde acabei montando minha barraca e passei uma bela noite de sono com uma boa chuva batendo durante a noite.

Além de ter conseguido um lugar para ficar, foi uma grata oportunidade de fazer novos amigos: o Paraná e sua esposa Dona Sílvia e o amigo Márcio "Bala". Era um turminha mas não gravei os nomes de todos e um dia terei de acrescentar neste meu texto.














Casa do balneário Ferreira.






























Camping muito caro para canoísta: R$ 15,00 por barraca. Se chegarem 10 caiaques com barracas individuais???

Pobres cães, mal cuidados, doentes que nem se mexem, nem alertam nem têm mais esperanças.

Só voltaria ali para tratar os cães...



Pelo que sentem pelos animais, duvido que a placa signifique o que diz.





Porto das Mesas.


























Com o amigo Paraná.

Mandíbulas de carpa capim que foram pescadas e são colecionadas por Paraná.

Cantinho de churrasco com um cabeça de gado decorando o local.



Assim fechou o primeiro dia do passeio de caiaque desde Rio Pardo. Não posso deixar passar de mencionar outro novo amigo que estava lá, o Bala, que foi quem me ajudou subir o caiaque pela escada.


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